terça-feira, 13 de julho de 2010

Um primeiro encontro

Se eu colocar aqui quando foi o meu primeiro encontro com essa idéia toda eu não saberia, apenas sei que bem antes de me entender como gente eu sabia que ela mereceria alguma recordação em forma de texto, se é que eu posso chamar assim.
Nem sei quantas vezes ela me disse que a sua vida daria um livro. Pois bem, que seja assim. Um dia isso pode virar uma junção maluca de uma filha que tem profunda admiração pela pessoa que a sua mãe se tronou, mas por enquanto quero me permitir escrever histórias que eu escutei de sua vida e que me fazem perder o fôlego só de lembrar.
Não sei se isso tudo será interessante para você, mas acho que será tão bom para mim que me atrevo em dizer que você vai se apaixonar por ela. Digo isso, não porque seja minha mãe, mas porque dá vontade de descobrir mais, de sentir mais. 
Às vezes, e acredito que em muitas delas, as histórias não terão uma ordem cronológica. Tudo bem?
Mas acho que será bom.   
As história nascem de conversar no carro indo para São Paulo e de bons finais de semana, por isso acredito que boa parte será do jeito que eu observo as coisas. Mas vai ser bom. 


Não sei quando e nem como aquela manhã em Itambé -BA começava para ela. Quando arrumava as malas eu não sei o que se passava em sua cabeça. Acho que tinha medo, ansiedade e esperança. As duas primeiras podem parecer até obvias, mas a última era dificil de confirmar. Se para mim já foi dificil de mudar para a cidade grande, imagine ela, indo de tão longe para trabalhar em sei lá o que e em sei lá onde. Mas isso eu tenho certeza que eu puxei dela, essa coragem de ir e nem saber o que vai dar.
Daquele dia, ela conta que meu avô ficou na janela que dava para a frente da casa esperando ela sair para dizer o último adeus. E nesa hora eu realmente não sei o que passou em seus pensamentos. Ele repetia; " Vá Maria, aqui não é o seu lugar; aqui é um fim de mundo e lá você vai crescer na vida, ser alguém". E será que ele estava certo? Será que viver na cidade grande é crescer na vida? Naquela hora era.
Meu avô tinha os cabelos lisos, como de um índio, e era magrinho, assim como ela na mocidade. E com aquele olhar baixinho ele deu o seu ultimo adeus. Depois de um mês e meio meu avô havia morrido. A carta chegou na casa onde a minha mãe trabalhava de babá. Que dor, meu Deus. Que dor é essa.

É diferente a maneira como ela lembra de seu pai. Ele era muito bom marido, um bom pai. Mas isso ela simplesmente cita, nunca é seguido de um comentário mais efusivo. Aquele dia, e mesmo que tenha sido o último, é o que ela sempre lembra. Se eu perguntasse para ela qual era a roupa que ele estava usando, seguramente ela saberia responder. Engraçado, né?!



Sejam bem vindos ao meu pequeno passeio por uma história que, de todas as mulheres, ela foi marcante. 


Boa noite!

Até amanhã.

Bruna Ribeiro 

Um comentário:

  1. Oieee

    fiquei na frente do comp. lendo cada texto seu, sem nem ver o tempo passar, e qdo li o ultimo, fiquei rolando a pag. aí vi q era o ultimo...me deu uma peninha...Só uma pessoa linda como vc pode escrever taum lindamente...
    T amuuuu
    Elaine

    ResponderExcluir