terça-feira, 27 de julho de 2010

Que poder é esse

Eu tenho que escrever um texto sobre isso. Um texto que fale da coisa mais pura e da coisa mais estranha. O amor.

Que poder é esse que esse tal de amor tem. Que mania é essa que ele tem de chegar na minha, ou na sua vida e mostrar as caras, sem perguntar se você está preparada ou se está só querendo curtir um pouco mais aquele momento. Ele é estranho, mais um estranho bom, sabe, que mesmo que seja ruim, se não tiver faz falta, fica sem graça.

Eu não sei te dizer qual tipo de amor minha mãe tinha pelo meu pai, mas era grande.
Grande do tamanho de querer casar e ter filhos.
Grande de ter um poder para conduzir uma história de 10 anos de ausência, mas seguida de um belo reencontro.
Imenso a ponto de ser exclusivo, ser só dela e ser só dele.

Eu acredito que sem ação ele é morto e perde a força, por isso eu consigo, com as minhas palavras, tentar imaginar como era o amor dos dois, pois eu via o que ele fazia e o que ela demostrava diariamente.

É dificil ter um pai que bebia e fumava, constantemente, e mesmo assim ama-lo, do jeito que não dá para entender de onde vinha tanto amor.
Minha mãe se permitiu gostar, se apaixonar e amar meu pai e eu acho isso fundamental para qualquer pessoa. Você pode insistir para que aquilo dê certo, mas se não for no momento e hora certa, sem chance.
E como pode, depois de 10 anos, se reencontrarem e ficarem juntos durante 15 anos e saber, ou melhor, ter certeza, que eles foram feitos um para o outro.
Eu não sei se eu sei, e será que eu vou saber na hora que for?

Eles se olhavam como antigamente, como o primeiro encontro, como no primeiro beijo, como na primeira vez, e isso eu acho o mais fascinante de tudo, porque era novo todo dia. Que poder é esse que esse tal de amor tem para fazer isso com os meus pais, com a minha vida?!
Eu fico sem ar e ao mesmo tempo com vontade de chorar ao lembrar como eles eram felizes pelo simples fato de estarem juntos.
No dia a dia, no telefonema, na hora que meu pai levava o almoço dela no trabalho, nas flores que ajudavam nas surpresa, nos sapatos brancos que ele insistia em comprar, porque eram a cara dela, na comidinha de todo dia que ele fazia, no melhor churrasco do mundo, nas viagens à Campos do Jordão, nos beijinhos escondidos antes de se despedir....existia amor, e eu tenho certeza que ele estava ali.

E por ela, e pela sua história, eu aprendi a ter amor e dar amor, seja para qualquer pessoa que for e em qualquer situação. É uma herança de minha mãe, uma bela herança diga-se de passagem. Não foi no carro que ela me deu, nem na faculdade. Não. Foi amor e ponto.

Preciso achar mais gente para dar amor e para viver de amor e para morrer de amor.

Minha irmã, meus amigos, uma bela noite de lua cheia, um abraço sem esperar, um telefonea no fim do dia, um romance que custa dar certo me fazem sentir muito amor.
Ainda bem.



Até amanhã.

Boa noite

Bruna Ribeiro

3 comentários:

  1. Bru,
    Parabéns pelos textos.
    Amo vir aqui =)

    Beijos!!!!!!!!

    www.nicellealmeida.blogspot.com

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  2. "Que poder é esse e o que é que eu fiz?
    Que desejo é esse que eu sempre quis? "
    Lembrei da música do pedro mariano assim que comecei a ler e tem umas partes que são muito o que vc conta dos seus pais...
    "Um físico desafiou:
    "Como que o sentimento pode o tempo atravessar"
    Um místico profetizou:
    "Tava no seu caminho escrito e não se apagará"
    Um lírico poetizou:
    "Dá pra ver no ar!"

    Lindo!

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