terça-feira, 29 de março de 2011

60 anos !

Eu sei que já faz mais de um mês que essa tão esperada data aconteceu e que esse marco preencheu mais uma linha dessa história maluca de vida boa, mas podia passar um ano, dois, trinta ou mil, eu escreveria sobre ela e sobre os seus 60 anos.

Sessenta anos não é para qualquer um. Ah! Mas não é mesmo. Primeiro porque você deve estar achando que a minha mãe é aquela velhina, que não faz nada da vida, ou seja, que tem aquele esteriótipo básico de uma mulher que chegou na terceira idade. Ela tem algo a mais. Ela é diferente, ela se supera, ela trás graça. Aos seus longos e experientes 60 anos ela trás coisa nova e coisa boa.

Dia 5 de fevereiro ela fez esses esperados anos e é claro que eu e minha irmã não deixaríamos que essa data passasse despercebida. Pensamos em tudo. Churrasco, amigos, família, música boa e um dia incrível, de muito Sol. Juro, eu desacreditei daquele dia, tava lindo.

Quando cheguei em casa, depois de tapear a minha mãe com alguma desculpinha esfarrapada, porque afinal tudo isso era surpresa, abro a porta do primeiro portão do prédio e me deparo com uma mulher de lenço na cabeça ao final do corredor. Pensei: 1º- Nunca vi mais gorda. 2º- Eu espero que não seja a minha mãe com aquele balde na mão.
Ah! Meu queridos leitores..era a própria! Com um balde na mão e com um lenço na  cabeça ela esbanjava graça e, para abrilhantar mais aquele dia, a tintura do cabelo escorria entre as orelhas e chegavam ao pescoço em questão de segundos.
Minha mãe, aos seus 60 anos não conseguiu tomar banho, porque a água da caixa não chegava até minha casa! Eu quase morri de tanto que eu dei risada.
O fim dessa novela, foi eu subindo e descendo as escadarias com um balde cheio de água e minha mãe com a cabeça no tanque.

Mas isso não tirou o charme daquela mulher. Em pouco tempo ela estava linda, com um vestidinho de deixar inveja a qualquer mocinha de meia idade.

A porta do elevador abriu e estavam todos, exatamente, da maneira como eu imaginava. De pé, aplaudindo e dizendo os seus mais sinceros parabéns.

Era amigo próximo de todo dia, amigo de faculdade, amigo de muito tempo, sobrinho de outra cidade, filhas, genro, amigo do amigo que virou amigo. Estavam todos lá.

Cada enfeite de mesa, cada presente, cada música foram pensando nela e sempre será.

E depois de viver aquele seu dia, a noite terminou com um belo cochilo no sofá, com uma música boa no fundo e com o livro "De todas as mulheres" agarrado nos braços.

Ela leu todos os textos e gostou. 

Aquele bando de idéia e de sentimentos meus...ela gostou.


Rumo a segunda edição do livro!
Rumo a mais histórias boas!
Rumo a vida!


Até mais.

Bruna Ribeiro